Ciclo de Conferências “Desafios Atuais da Imigração Lusófona: Portugal e União Europeia”

2025-06-12
No dia 11 de junho, o Centro Padre Alves Correia, representado pela sua técnica do Gabinete de Comunicação e Advocacy, Mariana Hancock, participou na conferência sobre “Desafios do Emprego”, no âmbito do Ciclo de Conferências “Desafios Atuais da Imigração Lusófona: Portugal e União Europeia”.
O referido Ciclo de Conferências, organizado pela Universidade de Lisboa e pela UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa – a quem muito agradecemos o convite - pretende ser um espaço de diálogo e partilha de experiências, promovendo uma reflexão crítica sobre as dinâmicas da imigração no espaço lusófono.
Esta conferência foi moderada por Pedro Góis, da Universidade de Coimbra e contou, ainda, com as intervenções de Bernardo Sousa, Cátia Batista (Nova School of Business and Economics - via zoom) e Ana Paula Costa (Casa do Brasil), que resultou num debate vivo, informado e plural.
A intervenção do CEPAC foi uma oportunidade de apresentar o trabalho realizado pela nossa instituição, enquanto IPSS e CLAIM Lisboa-Estrela, e pelo nosso Serviço de Inserção Profissional e Formação, em particular, destacando os desafios que testemunhamos nas pessoas que acompanhamos especificamente.
A migração CPLP beneficia de uma afinidade cultural e linguística, que facilita o contacto inicial e a adaptação, mas que, por si só, não garante uma integração plena.
Destacamos a diversidade de perfis das pessoas que chegam a Portugal dos países da CPLP, que refletem diferentes níveis de qualificação, motivações, desafios e graus de integração.
A empregabilidade das pessoas migrantes da CPLP em Portugal está profundamente condicionada por fatores legais, institucionais e sociais, que foram debatidos nesta conferência.
A empregabilidade é tanto uma questão de acesso como de preparação: preparar as pessoas migrantes para as exigências do mercado de trabalho português é um investimento com retorno garantido, sobretudo num país que enfrenta desafios demográficos e escassez de quadros qualificados.
Persistem preconceitos e estereótipos que dificultam a contratação de migrantes. Desconstruir estas barreiras exige um trabalho de sensibilização social continuado, não só junto de entidades empregadoras, mas também através da educação intercultural nas escolas, campanhas públicas e formação de profissionais em setores-chave.
A migração laboral CPLP para Portugal é marcada por grande complexidade e riqueza, oferecendo ao país uma força de trabalho diversa que contribui para suprir necessidades em múltiplos setores.
A migração CPLP deve ser encarada como uma oportunidade estratégica a concretizar com coragem e vontade política, com políticas de formação e inclusão, com o reconhecimento e proteção de direitos laborais e com investimento na eficácia e eficiência institucional, reforçando a CPLP não apenas como um espaço de mobilidade, mas como um projeto coletivo de desenvolvimento humano e justiça social.
O vídeo da conferência está disponível aqui.